Hoje acordei e sentei no pc pra ler meus e-mails e, como sempre, acabei ligando a Tv pra dar uma olhada nos jornais antes de sair e a notícia que acabava de ser transmitida de última hora: "Morreu hoje o cantor Waldick Soriano, aos 75 anos de idade"

Waldick morreu de câncer na próstata, diagnosticado tardiamente. Ironicamente um dos maiores temores dos médicos é justamente o típico brasileiro "machão" que evita a todo custo o exame que deve ser feito a partir dos 40 anos - tipo cantado e personificado pelo próprio.
Saí pra aula e, quando voltei pra casa, a notícia que me recebe é a de que morreu o ator Fernando Torres, mais um dos grandes do país, daqueles que passaram pelo pior que a arte brasileira já passou.

A enfermidade diagnosticada o afastou dos holofotes muito antes, sendo que sua última aparição foi no filme, dirigido por seu filho Cláudio Torres, "Redentor".
Engraçado que ontem a conversa do "almoço" (às 5 horas da tarde) com meu irmão era justamente a situação da arte no país - como ando falando muito de Ancine pra lá e pra cá e meu irmão anda dando murros em ponta de faca com as Leis do Audiovisual e Rouanet, volta e meia o assunto acaba sendo discutido na hora do almoço, com divergências grandes sobre como a arte evoluiu dos anos de chumbo em diante.
Cheguei até a pensar em falar disso ontem, mas cheguei esgotada e deixei de lado, porém lembro que um dos momentos em que mais gritamos um com o outro foi justamente a questão da arte "popular" versus a arte "intelectualizada" e a utopia, sempre presente, de que a arte ideal não deveria sofrer essa divisão.
"O brasileiro comum gosta de mulher, futebol e Reginaldo Rossi e não de João Gilberto!" - a frase não foi exatamente formulada, mas o tom da discussão era esse, ou "Gosta por que não tem acesso a arte nem a educação, ou por que a arte é intelectualizada e elitizada demais?" (mais um "Paradoxo de Tostines"). Fellini, Bossa Nova, educação no Japão, política cultural, Idade Média e "Tropa de Elite" foram os diversos caminhos durante a longa jornada batata rostie adentro.
Terminamos o almoço sem conclusão alguma - o que não deixa de me surpreender, já que não dá pra sonhar que resolveríamos durante algumas horas o que um país não consegue resolver há anos. Eis que nesse dia estranho, partem os dois artistas, parecendo que cada um representava algum lado dessa discussão.
Será (que essa oposição existe)?
Saí pra aula e, quando voltei pra casa, a notícia que me recebe é a de que morreu o ator Fernando Torres, mais um dos grandes do país, daqueles que passaram pelo pior que a arte brasileira já passou.

A enfermidade diagnosticada o afastou dos holofotes muito antes, sendo que sua última aparição foi no filme, dirigido por seu filho Cláudio Torres, "Redentor".
Engraçado que ontem a conversa do "almoço" (às 5 horas da tarde) com meu irmão era justamente a situação da arte no país - como ando falando muito de Ancine pra lá e pra cá e meu irmão anda dando murros em ponta de faca com as Leis do Audiovisual e Rouanet, volta e meia o assunto acaba sendo discutido na hora do almoço, com divergências grandes sobre como a arte evoluiu dos anos de chumbo em diante.
Cheguei até a pensar em falar disso ontem, mas cheguei esgotada e deixei de lado, porém lembro que um dos momentos em que mais gritamos um com o outro foi justamente a questão da arte "popular" versus a arte "intelectualizada" e a utopia, sempre presente, de que a arte ideal não deveria sofrer essa divisão.
"O brasileiro comum gosta de mulher, futebol e Reginaldo Rossi e não de João Gilberto!" - a frase não foi exatamente formulada, mas o tom da discussão era esse, ou "Gosta por que não tem acesso a arte nem a educação, ou por que a arte é intelectualizada e elitizada demais?" (mais um "Paradoxo de Tostines"). Fellini, Bossa Nova, educação no Japão, política cultural, Idade Média e "Tropa de Elite" foram os diversos caminhos durante a longa jornada batata rostie adentro.
Terminamos o almoço sem conclusão alguma - o que não deixa de me surpreender, já que não dá pra sonhar que resolveríamos durante algumas horas o que um país não consegue resolver há anos. Eis que nesse dia estranho, partem os dois artistas, parecendo que cada um representava algum lado dessa discussão.
Será (que essa oposição existe)?
Fico com o raciocínio no meio do caminho mesmo - não quero, nem vou comparar os fatos (se é que já não o fiz). Queria deixar só a mesma sensação que tive hoje.
Seja lá ela qual for.
Seja lá ela qual for.
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