Bem, não tem outra forma de dizer isso:
Show do A-ha na quinta e Benjamim Button no cine-pobre hoje; entre uma coisa e outra soube (com um atraso considerável e ligeiramente insensível) que uma pessoa querida faleceu de câncer no pulmão, no dia 17 de fevereiro.
Eu fumo, não tenho um diploma superior (ainda), não trabalho (há meses, ainda), não saio nos fins de semana, não passeio, não vejo a vida lá fora, não aproveito cada segundo, não me dôo de corpo e alma a uma causa nobre, não tenho religião (apesar de escrever diariamente sobre muitas), acredito em deus (mas perdi a fé há muito tempo), não visito ninguém, não dedico meu tempo aos que amo e nem sequer tento corrigir meus erros no passado.
Meus dias são intermináveis sucessões de horas egoístas, cansativas e vazias, na ilusão de que assim terei forças pra realizar o impossível e contando as perdas vindas desse esforço até agora inútil.
No dia do meu aniversário eu li isso:
Regina:
Quando penso em você me vem sempre a lembrança daquela pequena, lindinha, levada, esperta e tão carinhosa comigo. Nunca esqueço um dia você nem queria ir para casa, se agarrou na minhas pernas na hora da saída da escola. Eu fiquei tão sem jeito( na frente de sua mãe, com receio de ela ficar com ciúmes) e ao mesmo tempo tão feliz de saber que você gostava muito de mim. Comia meu lanche, e quando se jogou do alto da escada achando que podia voar como a Mulher Maravilha ficou com o rosto todo arranhado, no fim de semana você iria ser daminha de um casamento... e muitas outras coisas... Garotinha vc aprontou muitas... Sabe eu gostava muito de ti e ainda gosto, pois, lembranças não se apagam. Você não deve se lembrar de nada disso pois, só tinha 3, 4 anos. Mais ficou marcada na minha história de vida. São lembranças muito boas que se misturam com saudades.
Beijoooo da sua tia professora Regina Celia
Tudo que ela mencionou, eu lembrava e ainda tinha fotos. Mas foi uma despedida e eu não notei.
Tia Regina, me desculpe.
Por tudo.
2 comentários:
Eu ainda te amo, e ainda estou aqui, e vou esperar pelo dia que andaremos de mãos dadas felizes e saltitantes pela paulista.
Beijos!
Duílio
Olha, se esse texto é uma baboseira, eu não sei. Mas que é muito bonito, isso é. Deu nó na garganta.
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