9.2.12

Rolling In The Deep

Post bem bobo hoje - Eu ouvi Adele pela primeira vez.

Quando digo primeira vez, estou falando de parar e ouvir uma música até o final. Minha intenção era ouvir o disco todo, mas os fãs dela que me perdoem, não deu.
 
Nada demais- a música é boa e ela realmente tem um vozeirão, mas o que me incomodou foram as 109783897398 mil sugestões de "nossa, Zá, vc tem que ouvir isso! É-A-S-U-A-C-A-R-A!"

Sério? ¬¬

Então gordas só podem ouvir gordas? E só por que uma gorda canta música de dor de cotovelo todas as outras gordas do mundo automaticamente tem dor de cotovelo?



Bem que senti na pele o que acontece com meus amigos gays quando alguém chega e fala de Madonna, Britney ou Lady Gaga achando que isso é condição sine qua non.

A qualidade da música também não é nossa que maravilha. A gente é que se acostumou a ouvir porcaria demais. Me lembrou bastante a Duffy, com um pouquinho mais de swing.

Pior ainda é o discursinho de "Sou-gorda-e-bem-resolvida". Ok, não duvido que ela seja. Ela é linda e pode mesmo ser. Mas é tanta repetição, tanta necessidade de discurso formal que enjoa. Na minha visão, se fosse bem resolvida tirava sarro com isso.

Aliás, melhor esclarecer: Não acredito que exista mulher (ou homem) bem resolvido. Só aqueles que vão se resolvendo pelo caminho. 

Problemas nunca deixam de surgir/existir.

Não estou falando isso por estar de malas prontas rumo ao maravilhoso mundo das magras. Longe disso. Tudo bem que hoje completei 22 kilos perdidos desde janeiro de 2011 e espero perder ainda mais esse ano (lembrando que o ponto de partida eram  94, quase 95 e que eu já estava andando com dificuldade), mas a necessidade de auto-afirmação constante não é um indício de resolução. No meu caso, perder peso só aconteceu no momento em que a relação peso-benefício me fez mal.

Todo mundo é insatisfeito em algum ponto e eu achava que pro peso que tinha, minha vida tava boa. Ou seja, não queria fazer esforço para mudar pouca coisa. Talvez eu já fosse "resolvida", mas o paradigma mudou e além da saúde, percebi que podia experimentar ser algo diferente para variar. 

Se não gostar, simples: engordo de novo.

E o que ninguém diz é que emagrecer não é essa beleza toda. Detonou ou ressaltou alguns probleminhas de saúde que eu tinha (e muita gente dizia que bastava emagrecer pra resolver, o que não aconteceu), fora que acabou com a minha pele com, pasmem, ressecamento. Isso ninguém fala, mas hoje gasto o triplo de hidratante! E não era maciez pelo "acolchoado", maciez superficial mesmo, pela retenção de água pelas células adiposas. 

Ou seja, gente magra é seca!

Mesmo assim, acho experimentar melhor do que me forçar a gostar de algo. Gostei e não gostei de ser gorda ao longo da minha vida e não tenho problema em admitir isso, assim como não tinha problemas para sair e beijar na boca como muita gente pensa. 

Tem muita magra mal amada também e não que isso seja justificativa... Mal amada e mal comida tem muito mais a ver com ressentimento. Favor não confundir com ressecamento. Esse sim, depende das células adiposas.

E no final das contas, tem muita magra ouvindo Adele ( e a defendendo) pra pagar de cool ou por que gosta das músicas de dor de cotovelo.
 
Eu to dispensando. Gorda por gorda, fico com a Betty Ditto. Por que ela é foda e se diverte com isso.




2 comentários:

Daniel Cassus disse...

E tenho Ditto!

Anônimo disse...

Muito bom, gostei muito do seu post, parabéns! Concordo plenamente (mas eu gosto de Adele =))!!